Os métodos de exploração do subsolo são processos sistematizados, manuais ou mecanizados, de investigação geotécnica, dentre os quais podemos destacar:
Trados
É o método de exploração mais simples e barato, comumente conhecido como sondagem a trado e regido pela ABNT NBR 9603:2015.
Consiste na utilização de hastes metálicas com peças de corte na ponta, acionadas manualmente que além de perfurar, podem retirar material com amostras deformadas que servem para identificação de material. Normalmente é recomendado para os seguintes casos:
a) Investigações em pequenas profundidades;
b) Identificação de ocorrência de aterros;
c) Investigação para reconhecimento de pequenas fundações.
Dentre as limitações que restringem seu uso, é possível citar:
a) Presença de água;
b) Profundidade de investigação;
c) Retira apenas amostradas deformadas.
Poços
De acordo com a ABNT NBR 9604:2016, poço é uma “escavação vertical de seção circular ou quadrada, quando projetada em um plano horizontal, com dimensões mínimas suficientes para permitir o acesso de um observador, visando a inspeção das paredes e fundo, e retirada de amostras representativas deformadas e indeformadas”.
Para escavação podem ser utilizados equipamentos, tais como: pá, picareta, balde e sarrilho, e como já citado na definição, tem como finalidade:
a) Identificar o tipo de solo no fundo e nas paredes da escavação;
b) Coletar material para análise, inclusive amostras indeformadas.
As limitações que restringem seu uso estão associadas ao risco de desmoronamento, dentre as quais se destacam:
a) Presença de água;
b) Profundidade de investigação;
c) Estabilidade;
d) Custo (escavação + contenção das paredes).
Trincheiras
“Escavação geralmente vertical, ao longo de uma determinada linha ou seção de modo a se obter uma exposição contínua do terreno, com dimensões variáveis, sendo as mínimas suficientes para permitir o acesso de um observador, visando a inspeção das paredes e fundo, e retirada de amostras representativas deformadas e indeformadas”, conforme definição dada pela ABNT NBR 9604:2016.
Para escavação de comprimento em planta significativo podem ser usadas retroescavadeiras, enquanto que o material retirado pode ser reutilizado como material de construção.
Sondagem de simples reconhecimento (SPT)
No Brasil é o método de exploração mais tradicional e corriqueiro, comumente conhecido como sondagem e regido pela ABNT NBR 6484:2001. Seu processo de investigação baseia-se na retirada de material, normalmente amostras deformadas, para simples identificação do solo e na estimativa de resistência de cada camada em fundação da dificuldade de cravação do amostrador.
Sondagem rotativa (SR)
Método de exploração utilizado para perfuração e análise de rochas ou camadas de solo com material de grandes dimensões e muita resistência. Em geral começa-se a investigação com uma sondagem SPT e quando se atinge uma camada cujo material apresenta características rochosas o equipamento é substituído, instala-se o motor para acionar a sonda e executa-se a sondagem rotativa. Em função da qualidade da amostra retirada, determina-se a qualidade do maciço rochoso, conforme VELLOSO, 2011.
Sondagem com retirada de amostra indeformada
Método de exploração associado ao SPT, no qual o amostrador padrão é substituído por outro, com características especiais e, capaz de retirar amostras indeformadas que serão levadas ao laboratório para análises específicas e rigorosas. Dimensões e características desses amostradores podem ser encontradas em MORAES, 1976 e VELLOSO, 2011.
Bibliografia
ABEF – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES E GEOTECNIA. Manual de Execução de Fundações e Geotecnia – Práticas Recomendadas. São Paulo: PINI, 2012.
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6484: Solo – sondagens de simples reconhecimento com SPT – Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2001.
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9603: sondagem a trado – procedimento. Rio de Janeiro, 2015.
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9604: abertura de poço e trincheira de inspeção em solo, com retirada de amostras deformadas e indeformadas – procedimento. Rio de Janeiro, 2016.
ALONSO, U.R. Exercícios de fundações. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 1983.
BOTELHO, M.H.C.; CARVALHO, L.F.M. Quatro edifícios, cinco locais de implantação, vinte soluções de fundações. São Paulo: Blücher, 2015.
CINTRA, J.C.A.; AOKI, N.; TSHUA,C.H.C.; GIACHETI, H.L. Fundações: ensaios estáticos e dinâmicos. São Paulo: Oficina de Textos, 2013.
MORAES, M. C. Estruturas de fundações. São Paulo: McGraw-Hill, 1976.
VELLOSO, D.A.; LOPES, F.R. Fundações, Volume 1 – 2 ed . São Paulo: Oficina de Textos, 2011.
Eng. Me. André Luís L Velame Branco
Projetista, Professor e Consultor de Cálculo Estrutural
Pela proposta de valor diferenciada oferecida pela ALL VELAME Projetos de Estruturas, existe um amplo leque de potenciais projetos locais e em outros estados e regiões.